18 de mai. de 2008

MONOGRAFIA DE JORGE CORREIA DA ROCHA PARTE 3

Nesse contexto, quais são os impactos desse processo sobre a prática pedagógica? Antes mesmo desse delineamento, é necessário enfatizar aqui, qual é o conceito de informação. Para Souza (2004, p.70), “as informações se apresentam como uma produção em fluxo de circulação de idéias. Em sua conjuntura, as informações são fugidias escapam à adesão majoritária de grupos humanos. Seu status de confiabilidade é de menor alcance que o conhecimento”. Até mesmo o conhecimento tem perdido seu caráter de sustentabilidade diante das mudanças ocorridas no âmbito cultural, social e cientifico. Esse fenômeno se dá em decorrência do processo dinâmico e acelerado em que são produzidas e processadas as informações. Fato este que requer de cada cidadão uma mudança de concepção do ato de “conhecer”. Pozo (2002) cita algumas características que descrevem bem este processo evolutivo: Perdemos esse centro que constituía a certeza de possuir um saber verdadeiro e, especialmente com a ciência probabilística do século XX, devemos aprender a conviver com saberes relativos, parciais, fragmentos de conhecimentos que substituem as verdades absolutas de antigamente e que requerem uma contínua reconstrução ou integração esse processo não só afeta poderosamente os modos de fazer conhecimentos como também os modos de se apropriar dele. (...) Na nova cultura da aprendizagem já não se trata tanto de adquirir conhecimentos verdadeiros absolutos, já dados, que restam poucos, quanto de relativizar e integrar esses saberes divididos. Já que ninguém pode nos oferecer um conhecimento verdadeiro, socialmente relevante, que devamos repetir cegamente como aprendizes, teremos de aprender a construir nossas próprias verdades relativas que nos permitam tomar parte ativa na vida social e cultural. (p. 29 e 30). Em virtude do avanço tecnológico e da amplitude da produção do conhecimento humano, estudiosos têm se debruçado sobre a análise e estudo desta sociedade contemporânea e a definem de diversos modos. Pozo (2002) afirma que: Enfim, podemos dizer que em nossa cultura a necessidade de aprender se estendeu a quase todos os rincões da atividade social. É a aprendizagem que não cessa. Não é demasiado atrevido afirmar que jamais houve uma época em que tantas pessoas aprendessem tantas coisas distintas ao mesmo tempo, e também tantas pessoas dedicadas a fazer com que outras pessoas aprendam. Estamos na sociedade da aprendizagem. Todos somos, em maior ou menor grau, alunos e professores. A demanda de aprendizagens contínuas e massivas é um dos traços que definem a cultura da aprendizagem de sociedades como a nossa. Realmente, a riqueza de um país ou de uma nação já não é medida em termos dos recursos naturais de que dispõe. Já não é ouro nem o cobre, nem o mesmo urânio ou o petróleo, o que determina a riqueza de uma nação é a sua capacidade de aprendizagem, seus recursos humanos. (p. 32). Já Assmann (1998, p.17), diz que estamos na sociedade de informação: (...) em poucas décadas mergulhamos na sociedade da informação (SI). E ela veio para ficar e intensificar-se. Ela não espera por ninguém. Dentre as definições da atual sociedade, é importante atentar para a exposição de Alarcão (2005), que faz um retrospecto geral justificando os vários termos empregados. Ela diz: Esta era começou por se chamar a sociedade da informação, mas rapidamente se passou a chamar sociedade da informação e do conhecimento a que, mais recentemente, se acrescentou a designação de sociedade da aprendizagem. Reconheceu-se que não há conhecimento sem aprendizagem. E que a informação, sendo uma condição necessária para o conhecimento não é condição suficiente. Como afirmei, ao referir-me Edgar Morin, a informação, se não for organizada não se constitui em conhecimento, não é saber e não se traduz em poder. A rápida evolução dos conhecimentos, conjugada com a igualmente rápida evolução das necessidades da sociedade, exige de todos uma permanente aprendizagem individual e coletiva (...). O conhecimento tornou-se e tem de ser um bem comum. A aprendizagem ao longo da vida, um direito e uma necessidade. A designação de sociedade do conhecimento e da aprendizagem traduz o reconhecimento das competências que são exigidas aos cidadãos de hoje. (p. 15 e 16) (Grifos da autora). Jorge Correia, é pos-graduado na UESF e coordenador de educação da prefeitura de Água Fria-Ba

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