12 de abr. de 2008
O ESPETÁCULO DA DESGRAÇA
A programação é ruim porque os meios de comunicação assim impõem?,ou os "cidadãos" é quem gosta da pessíma qualidade do que assiste ouve e ler?.Segundo Nestor Canclini,o jornalismo encontra na sociedade o empréstimo de legitimidade: é o público receptor que todos os dias legitima os jornais,telejornais e programas radiofónicos transformando os jornalistas destes veículos em porta-vozes de suas aspirações.Aspirações estas quem vão desde acções mais concretas como uso do jornalismo como ponte de acesso do poder público até situações mais abstratas como pertencer ao universo palaciano dos artistas televisivos.Para Canclini,há portanto uma especíe de "CONTRATO" entre receptores e produtores de noticia.
Temos acompanhado a cobertura da midia no caso da menina Isabella(assassinada),o PROGRAMA SÓNIA ABRÃO,(REDE TV)é de um mau gosto inquestionavel entre paradas para chamar seu anúncios públicitarios um fato novo eventualmente acontece e "ela pede só um minuto que já voltamos"e anuncia o seu LANCE MÍNIMO, para se ganhar um carro zero(o interesse dos meios de comunicação,como qualquer outra propriedade capitalista é gerar lucro.Afirma Alexandre Barbosa em sua tese de mestrado / jornalismo USP),continua ele a equação da publicidade é simples:mais leitores/telespectadores mais anúncios mais caros.Um veículo que não alcance extratos selecionados ou amplos da população não gera lucros.
O utro programa que exibe um gosto fúnebre e vai pelo mesmo caminho é o terrível BALANÇO GERAL(TV RECORD),que antes continha em sua programação casos focloricos e depois deste lamentável fato utiliza-se deste espaço publico da televisão com seu showrnalismo de péssimo gosto.A mídia estaria se comportando adequadamente na condução do assunto? Não estaria havendo uma superexposição da vida da criança(para comover passou até cenas de Isabela na escola).
"O livro Showrnalismo – A notícia como espetáculo, de José Arbex Jr, analisa "como a mídia, no mundo contemporâneo, transforma tudo em espetáculo: eleições, catástrofes naturais, guerras, escândalos, histórias do cotidiano, crimes".
Ignacio Ramonet que é diretor do jornal francês LE MONDE DIPLOMATIQUE, também se dedica a estudar e a criticar a produção da grande imprensa.Na obra a tirania da comunicação,ele evidenciou diversos erros de cobertura da imprensa.
O erro da analise em Canclini está em homogeinizar o publico. Dizer que há contratantes e contratados é esquecer as diferentes realidades do seu telespectador/ouvinte/leitor.Assegurar que há um "CONTRATO" que firma as bases da subordinação e da exploração é apagar por completo os milhões de famintos que vivem abaixo da linha da pobreza,os milhões de desempregados,os excluídos os moradores que nem sequer há luz eletrica.Para eles não há relação de contrato.Os meios de comunicação não se destinam a eles,mais apenas aos que podem consumir mesmo que de maneira mínima.(Alexandre Barbosa)
João Filho,professor eventual da rede publica de São Paulo.
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