13 de jun. de 2009

MENTIRAS!!!

A ameaça imperialista sobre a Coréia do Norte. A Coréia do Norte realizou seu segundo teste com uma bomba nuclear no último dia 25. O fato causou a fúria do imperialismo ianque. Imediatamente o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao mundo que se "enfrente com a Coréia do Norte", afirmando que o imperialismo está determinado a proteger a "paz e a segurança do mundo". O Secretário da Defesa americano, Robert Gates, disse que os EUA não aceitarão a Coréia do Norte como um "Estado nuclear" e ameaçou: "Não vamos ficar parados enquanto a Coréia do Norte monta a capacidade de causar destruição em qualquer alvo na Ásia ou em nós". Imediatamente os países imperialistas da Europa, o Japão, além de outras potências nucleares, ameaçaram retaliações contra os norte-coreanos, colocando a possibilidade de infligir um ataque militar ao país. Vergonhosamente, as ameaças tiveram a cumplicidade da Rússia e da China, que votaram as sanções contra a Coréia. A Coréia do Norte respondeu as ameaças com o lançamento de dois mísseis de médio alcance em direção ao mar do Japão. É improvável que o imperialismo leve adiante uma invasão contra a Coréia. Um plano desse tipo é impraticável diante do pântano militar iraquiano. Mas o governo Obama, em conjunto com a ONU e a OTAN, poderá patrocinar ataques e bombardeios contra o país. Uma enorme hipocrisia Em primeiro lugar, há uma hipocrisia enorme por trás das declarações do governo Obama e dos representantes do imperialismo europeu e seus aliados. A declaração do norte-americano, convocando "todo mundo a se levantar contra a Coréia do Norte" é totalmente alucinante e empalidece diante dos crimes cometidos pelo imperialismo ianque contra a humanidade. Na verdade, trata-se de mais uma campanha imperialista, auxiliada pela grande imprensa, que tenta construir outra ameaça à "paz mundial". Algo que já vimos nas campanhas de demonização a Saddam Hussein para justificar a invasão ao Iraque. Também é absurda a suposta intenção do imperialismo de evitar a "proliferação de armas nucleares", usada como desculpa para ameaças não só à Coréia do Norte, mas também ao o Irã, acusado pelos EUA de desenvolver um programa de armas atômicas. Enquanto ameaça a Coréia do Norte, os EUA - auxiliado pela ONU - simplesmente fazem vistas grossas diante das bombas atômicas de Israel, Índia e Paquistão. Isso porque esses três países são firmes aliados do imperialismo. Nenhum deles assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e, conseqüentemente, poderão usar essas armas contra um "país não nuclear". Algo que o imperialismo norte-americano já fez. Até hoje, os EUA foi o único país que usou armas atômicas contra a população, em Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial. A verdadeira ameaça é o imperialismo A pressão dos EUA e seus aliados contra os países que desenvolvem armas atômicas, como a Coréia no Norte, ou tecnologia nuclear, como Irã, levanta uma discussão acalorada. Afinal, esses países têm ou não o direito de desenvolverem esse tipo de tecnologia? Para responder essa questão é necessário analisar cada caso em particular utilizando sempre um critério de classe. Não é de hoje que o imperialismo norte-americano busca impor seu monopólio nas armas nucleares para esmagar os povos e países que tenham algum grau de independência. Para isso, o imperialismo tem um importante aliado: a ONU e o seu conselho de segurança, que reúne os países imperialistas, além da Rússia e da China, que possuem a maioria do arsenal atômico do planeta. Nenhum deles tem a menor intenção de se desfazer dele. No caso norte-coreano, a questão decisiva é o fato de o imperialismo tentar impor seu controle absoluto sobre as armas nucleares, ou pelo menos fazer com que apenas os países imperialistas e seus aliados - Israel, Índia e Paquistão - as tenham. Os EUA permitiram que seus aliados desenvolvessem armas nucleares para chantagear e ameaçar os palestinos, os países árabes, e até mesmo para uma possível utilização em ataques militares táticos na guerra do Afeganistão sob a alegação de "combater o terrorismo". Longe de representar um "perigo contra o mundo", a Coréia do Norte é um país pequeno e imensamente pobre. Poderia ser riscada do mapa em poucos minutos pelo poderio militar dos EUA. As pressões e ameaças imperialistas servem apenas para forçar capitular todos os governos que possuem alguma independência em relação ao imperialismo e o enfrentam de alguma maneira. Nesse sentido, é legítimo que países ameaçados (como a Coréia do Norte) tenham o direito a armamento nuclear para que não sejam atacados pelo imperialismo e seus aliados. É plenamente justificado o temor dos trabalhadores diante de governos que desenvolvem armas de destruição em massa, como é o caso das armas nucleares. São armas que podem destruir países inteiros e causar a extinção da humanidade. É lógico que se deve apoiar a luta pelo desarmamento nuclear geral. No entanto, isso só poderá ser alcançado após a derrota final do imperialismo. Para desarmá-lo, porém, é necessária a resistência armada dos países invadidos ou ameaçados de invasão. No momento, se posicionar contra o direito da Coréia do Norte deter armas nucleares é fazer eco a campanha imperialista levantada por Obama que exige do mundo o desarmamento, sob o discurso hipócrita da "defesa da paz". Significa impedir que um país mais fraco e ameaçado não possa se defender das ameaças, enquanto o imperialismo se reserva o direito de dominar os povos, explorar e usar seu arsenal nuclear para realizar chantagens. O imperialismo é o verdadeiro perigo para a humanidade. O regime de Kim Jong-Il Por outro lado, existe uma dúvida sobre se é correto que a Coréia do Norte detenha armas nucleares, mesmo sob uma opressora ditadura burocrática comandada por Kim Jong-Il. É importante lembrar que esse mesmo regime vem negociando e entregando o país à voracidade do imperialismo desde 2006. Na época, Kim Jong-Il iniciou negociações com o governo Bush para suspender o funcionamento das usinas nucleares e ganhar algumas migalhas em ajuda dos EUA. Além disso, a ditadura norte-coreana é responsável pela restauração do capitalismo que passou a depender estreitamente da China, com a qual tem 80% do seu comércio. É lógico que os revolucionários devem combater a ditadura restauracionista de Kim Jong-Il. O que significa apoiar todas as lutas do povo norte-coreano para derrubá-lo e democratizar o país. Além disso, o governo norte-coreano não tem um projeto de independência e a qualquer momento podem ceder as pressões do imperialismo. Por isso não depositamos nenhuma confiança no regime de Kim Jong-Il e não lhe damos nenhum apoio político. Contudo, independente do regime que vigora na Coréia e de sua direção, o atual conflito se dá contra um país relativamente independente contra o imperialismo que deseja submetê-lo. Por isso é preciso defender o direito da Coréia do Norte de resistir à chantagem nuclear imperialista, desenvolvendo esse tipo de armamento. Os revolucionários, portanto, devem apoiar a Coréia no Norte neste enfrentamento contra o imperialismo e seus aliados.

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