30 de abr. de 2008

EDUCAÇÃO TUCANA !!!

A educação está profundamente implicada na política cultural. O currículo nunca é simplesmente uma montagem neutra de conhecimentos, que de alguma forma aparece nos livros e nas salas de aula de um país.Sempre parte de uma tradição seletiva, da seleção feita por alguém, da visão que algum tem do que seja o conhecimento legítimo. Ele é produzido pelos conflitos,tensões e compromissos culturais, politícos e econômicos que organizam e desorganizam um povo.(Michael W. Aplle). O sistema apostilado introduzido nas escolas paulistas(jornalzinho) mostra claramente o que disse Apple. No estado de São Paulo o governador José Serra com sua política neoliberal tem claras intenções de homogeneizar os alunos,tirando sua capacidade crítica direcionando quem estuda nas escolas estaduais para o lugar que a burguesia escolheu para eles, (nos) o de ser mero reprodutor do sistema capitalista. De início, o governo está, neste ano letivo, procurando introduzir um limitado e retrogrado sistema de trabalho com apostilas unificadas para toda a rede estadual de ensino. Um método comum a um grande número de escolas particulares de péssima qualidade, dirigidos pelos tubarões do ensino que, de fato, controlam a educação no País, lucrando bilhões com a falência do ensino público. A metodologia adotada consiste em transformar os professores em meros aplicadores de apostilas, sem qualquer discussão pedagógica e política das graves conseqüências dessa metodologia que visa continuar diplomando alunos incapazes de ler e interpretar um texto. Por trás das justificativas educacionais para adoção de curriculo e de uma avaliação nacional, há um verdadeiro ataque ideologico,extremamete perigoso. Seus efeitos serão devastadores para aqueles que já são os que mais tem a perder nesta sociedade.(Michael W.Aplle). Usando como pretexto a necessidade de “premiar o mérito”, o governo tucano defende um retrocesso ainda maior nas condições salariais da maioria dos educadores, pondo fim à isonomia salarial (salário igual para trabalho igual). O governo Serra quer reintroduzir na educação uma política comum aos séculos iniciais do capitalismo, portanto, há mais de 200 anos, quando a frágil organização operária, permitia salários diferentes (inclusive, sem nenhum mínimo estabelecido), jornadas de trabalho diferentes de até 16h por dia, enfim, uma situação semelhante a que milhares de professores já estão sendo submetidos (no regime de acúmulo) para poderem complementar seus miseráveis vencimentos, trabalhando até 16h por dia em diversas escolas. pretendem, por detrás de “belas palavras”, reintroduzir um nível de exploração comum ao regime de escravidão, tão claro à velha oligarquia brasileira, escravocrata, que sequer via na educação uma necessidade social, mas apenas um privilégio de uma estreita minoria. A direita politíca tem sido muito bem sucedida em mobilizar apoios contra o sistema educacional, e os que nele trabalham, com frequência exportando a crise da econômia para as escolas. Desta maneira, uma de suas maiores realizações foi deslocar a culpa pelo desemprego e pelo subemprego, pela perda da competitividade econômica e pelo suposto colapso dos valores e padrões "tradicionais" na familía,na educação... o "publico" agora é o centro de todo o mal; e o "privado" é o centro de tudo que é bom.(Michael W Apple). O governo tucano pretende que as escolas estaduais de São Paulo se tornem as primeiras no país a terem metas acadêmicas a cumprir e a serem “premiadas” com mais dinheiro caso consigam atingi-las. Assim, o governo que já transformou a conquista da casa própria, por exemplo, em uma loteria (sorteando planos de financiamento de casas populares) quer fazer da sua obrigação – inclusive constitucional – de prover os recursos necessários para o devido funcionamento das unidades escolares uma questão de premiação, que seria dada apenas às poucas escolas que atingissem certas metas. Um pretexto para tornar ainda maior a penúria da imensa maioria das escolas públicas que sequer têm recursos suficientes para comprar itens básicos como giz, papel higiênico, lâmpadas etc.Depois de sucatear com certeza privatizar sob a alegação de que "não tem jeito". Devemos lutar por uma escola pública de qualidade,para que todos tenham oportunidades iguais,esta luta é de todos. Agradeço a professora LILIAN e ao professor MICHEL por ter me Incentivado a tão boas leituras. João Filho,professor eventual da rede publica de São Paulo.

27 de abr. de 2008

O DIREITO DO PARAGUAI À SOBERANIA

ALTAMIRO BORGES: a vitória de Lugo e seus reflexos no Brasil. Num clima de euforia, dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas centrais de Assunção na noite deste domingo (20) para comemorar o anúncio oficial, divulgado pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), da vitória do ex-bispo católico Fernando Lugo no pleito presidencial do Paraguai A festa popular, carregada de esperança, marca uma virada histórica neste sofrido país, encerrando seis décadas de domínio do direitista Partido Colorado, e confirma a inédita guinada à esquerda do tabuleiro político na América Latina - tão temida pelo imperialismo estadunidense e pelas forças oligárquicas da região e incompreendida por alguns setores esquerdistas sectários Segundo várias agências de notícias, a multidão em êxtase ocupou a frente do comitê da Aliança Patriótica para a Mudança quando a apuração apontou a ampliação da vantagem de Lugo sobre a colorada Blanca Ovelar. Ninguém parecia acreditar no resultado, já que pairavam dúvidas sobre o risco de fraudes eleitorais Cauteloso, o novo presidente anunciou: "Quando a Justiça ratificar o resultado, estaremos abertos para construir a integração real do continente". O dia do candidato foi emblemático do seu perfil progressista, de adepto da Teologia da Libertação. Ele foi votar, às 7h12, de braços dados com a argentina Hebe de Bonafini, legendária líder das Mães da Praça de Maio. Depois, ao lado do amigo brasileiro Frei Betto, Lugo rezou na paróquia São João Batista. INTRIGAS DA MÍDIA VENAL: A vitória do "bispo dos pobres", como ele é chamado por seu trabalho junto aos sem-terra de San Pedro, uma das regiões mais miseráveis do país, enche de esperanças o povo paraguaio, reforça o processo de integração progressista do continente e desperta preocupação no Brasil. Envenenado pela mídia hegemônica, há quem tema a eclosão de conflitos com a nação vizinha em função da energia hidrelétrica de Itaipu e da presença de milhares de fazendeiros brasileiros na agricultura paraguaia. De fato, estes temas foram centrais na campanha eleitoral, com todos os candidatos - e não apenas Lugo - defendendo mudanças, principalmente nas cláusulas do Tratado de Itaipu. Mas o que realmente pode mudar nas relações entre Brasil e Paraguai? Quais serão os reflexos da histórica vitória de Fernando Lugo? Para entender melhor o que está em jogo, sem se contaminar com as intrigas da mídia venal, torna-se indispensável a leitura do livro recém-lançado O Direito do Paraguai à Soberania, organizado por Gustavo Codas (editora Expressão Popular) Ele reúne três artigos que ajudam a explicar o surpreendente apoio ao teólogo da libertação, as propostas da sua organização eleitoral, batizada em guarani de Tekojoja (que significa "viver entre iguais") e as reais polêmicas em torno do inflamável Tratado de Itaipu - o foco principal da obra. DIVÍDAS DO CAPITALISMO BRASILEIRO Já na abertura, o paraguaio Gustavo Codas, que se exilou no Brasil durante a ditadura de Alfredo Strossner e milita na CUT, explícita que a vitória de Lugo deve, de fato, afetar a agenda externa brasileira. "O país sofre uma pesada herança da qual o Brasil é, em grande parte, responsável. O Paraguai foi castigado, primeiro, pelas conseqüências duradouras da guerra de extermínio que Brasil, Argentina e Uruguai lhe fizeram nos anos de 1864-1870, e, na segunda metade do século 20, pelo fortalecimento de um modelo capitalista mafioso vinculado à burguesia brasileira em todo tipo de negócios ilícitos - narcotráfico, lavagem de dinheiro, contrabando, etc.". Para ele, três temas deverão pautar uma nova relação, mais justa e soberana, entre os dois países. "Primeiro, a renegociação do Tratado de Itaipu. Segundo, os resultados da invasão de boa parte do território oriental paraguaio por latifundiários brasileiros produtores de soja (iniciado nos anos 70). Terceiro, a integração ao Mercosul com uma verdadeira compensação das assimetrias deste pequeno e pobre país em relação aos dois maiores sócios deste projeto - Brasil e Argentina". O livro, como explica Codas, tem como objetivo reforçar na esquerda brasileira "o compromisso com um internacionalismo que, para além dos discursos de solidariedade, deve ser transformar em passos concretos reparando as dívidas deixadas pelo capitalismo brasileiro no Paraguai". O PROGRAMA DO MOVIMENTO TEKOJOJA Neste rumo, os três textos dão importante contribuição ao debate. O primeiro, de Richard Gott, membro honorário do Instituto de Estudo das Américas da Universidade de Londres, apresenta detalhada biografia do "bispo vermelho do Paraguai". O segundo traz o resumo do programa do Movimento Popular Tekojoja, que está centrado na luta pela "revolução agrária", na estratégica "soberania energética", na "planificação pró-ativa do desenvolvimento nacional", no "trabalho produtivo e digno para todos", na "universalização da seguridade social", na "integração regional solidária", entre outros itens. É um programa reformista, desenvolvimentista, mas que se inspira nos "princípios libertários que alentaram a luta patriótica do nosso povo e nos ideais socialistas". O texto mais longo, instigante e de interesse imediato para os brasileiros é do engenheiro Ricardo Canese, um dos principais assessores do novo presidente. Ele trata da "recuperação da soberania hidrelétrica do Paraguai". Com inúmeros dados técnicos, o autor argumenta que a capacidade de produção de energia do seu país é o único fator que pode destravar o desenvolvimento e garantir maior justiça social. Para ele, a vitória de Lugo reascenderá este debate estratégico, abandonado pela oligarquia paraguaia que "trocou de forma perversa a soberania hidrelétrica por concessões e apoios políticos fornecidos pelas elites dominantes dos nossos vizinhos mais poderosos", a exemplo do que ocorreu com o canal da Panamá e com as reservas de gás e petróleo da Bolívia. OS TRATADOS DE ITAIPU E YACYRETÁ Apesar de posições estranhas, como a que renega as experiências socialistas, a que reforça a tese do subimperialismo - "sofremos mais a conseqüência de depender das submetrópoles (Brasília e Buenos Aires) que do próprio império" - e a que afirma que não há alternativas ao capitalismo, Canese apresenta dados sólidos sobre o "roubo" da energia hidrelétrica do Paraguai. Revela que os preços fixados pelo Tratado de Itaipu estão bem abaixo do mercado, que os juros da obra são escorchantes e eternizam a dívida externa e que as regras de comercialização são draconianas. O Paraguai consome apenas 12% da energia gerada em Itaipu, mas é obrigado a vender o restante para o Brasil. Acordo similar foi feito com a Argentina na exploração da energia de Yacyretá. Canese estima que o país perca US$ 3,645 bilhões ao ano em decorrência desses tratados lesivos. Para ele, a renegociação dos acordos com o Brasil e a Argentina é o único caminho para a nação poder alavancar o desenvolvimento e investir em programas sociais que superem a brutal miséria do país. "O Paraguai é um país hidrelétrico. É o único país da região com genuínos excedentes... Com um PIB da ordem de US$ 7,5 bilhões, possui uma riqueza hidrelétrica que vale 50% do seu PIB. Conseqüentemente, não há nada mais importante do que recuperar a soberania sobre essa valiosa riqueza natural". As propostas que formula, que serviram de base ao programa de Lugo, não pregam o rompimento dos acordos - como insinua a mídia. Mas procuram garantir preços justos, redução dos juros e novas regras. Defendem nada mais do que a soberania do Paraguai. * Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor do livro recém-lançado Sindicalismo, Resistência e Alternativas (Editora Anita Garibaldi)

26 de abr. de 2008

AS VERDADEIRAS RAPOSAS

Indigenistas e governo defendem reserva Raposa Serra do Sol, enquanto rizicultores que ocuparam a área recusam-se a sair e militares clamam pela garantia da soberania nacional em fronteira Homologada em 15 de abril de 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a terra indígena Raposa Serra do Sol, no norte de Roraima, fronteira com a Guiana e a Venezuela, voltou recentemente às manchetes de jornais. O motivo foi o início, em 27 de março, da Operação Upakaton 3, da Polícia Federal, para a retirada dos últimos, porém persistentes e influentes, produtores de arroz, além de pequenos proprietários rurais e comerciantes. A resistência deles, manifestada em atos de sabotagem para impedir a entrada de policiais nas fazendas e protestos na capital Boa Vista, ganhou espaço na mídia. Certamente defendendo interesses do capital financeiro ou por falta de informação sobre os indios usam o espaço da televisão rádio e revistas para falarem sem o devido conhecimento de causa.José Ribamar Bessa freire professor da pos-graduação em memória social da universidade Federal do Rio de Janeiro(UNIRIO) do Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) afirma: Trabalho há 35 anos com índios, tento olhar com o olho do índio. Se os jornalistas lessem a literatura indígena, vissem a arte, ouvissem a música, fariam diferente. Darcy Ribeiro dizia que nem 1% da população brasileira conhece índios em carne e osso. Talvez essa nova lei que obriga as escolas a ensinarem a história e a cultura dos índios mude um pouco isso.Ao contrário do que vem sendo dito por militares e reproduzido pela imprensa, os índios defendem, e não ameaçam, a soberania nacional. Não são os índios que botam a soberania em risco, são os fazendeiros. Disse Joaquim Nabuco, no século XVIII, que “os peitos dos índios foram as muralhas do sertão”.A presença deles lá garante a biodiversidade, porque as lavouras não entram. À medida que os arrozeiros foram invadindo a área, os pássaros João-de-Barba-Grisalha, por exemplo, foram acuados. Imagine quanta diversidade de vida está se perdendo.O Exército usa a soberania nacional e assim defende o interesse dos arrozeiros, por uma ideologia trabalhada no Exército que desvaloriza o índio. Eles jogam o Brasil contra os índios, como se faz há mais de 500 anos. Mas não são todos os militares que estão com esse discurso. Existem os herdeiros do Marechal Rondon que sabem que os índios são importantes para a soberania brasileira.Em 17 de abril, representantes indígenas dos povos Karajá, Krahô, Tapuia, Apinajé, Xavante e demais participantes da Semana do Índio promovida pela Universidade Católica de Goiás, em parceria com a Funai e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgaram carta-manifesto em que apóiam a retirada imediata dos ocupantes-não-índios da Raposa-Serra do Sol, "incluindo os estrangeiros, religiosos ou não, representantes de ONGs ou não , que usam como escudo o discurso de defesa das terras indígenas, porém com objetivos escusos". No enfático texto, as lideranças também expõem sua preocupação com o avanço da fronteira agrícola para produção de bio-combustíveis e outros produtos que levam a devastação e poluição do entorno dos Territórios Indígenas e com as grandes obras governamentais previstas no Plano de Aceleração do Crescimento, como hidrelétricas, estradas e linhas de transmissão. O conselho Indígena de Roraima acusa o Governo de Roraima de enganar o STF para beneficiar arrozeiros a partir de uma ação cautelar que confundiu os ministros ao afirmar que a Raposa Serra do Sol, em área contínua, representaria 46% do estado de Roraima. Sendo que Roraima tem 22,4 milhões de hectares, a área de 1,7 milhão da reserva equivale a 7,5% do estado Na verdade. O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro defende o direito dos índios à terra. Em entrevista ao Estado de São Paulo em 20 de abril, o professor do Museu Nacional da UFRJ afirmou não considerar a área grande demais. "As terras de índios são 43% ao todo, porém, até 30, 40 anos atrás, eram 100%. E o que acontece hoje com os 57% que não são terras de índios? São ocupados por uma população muito pequena, algo em torno de 1 milhão de pessoas. O que é isso? É latifúndio. Sabe quantos são os arrozeiros que exploram terras da reserva? Seis. Não há dúvida de que o que se quer são poucos brancos, com muita terra".O Brasil tem atualmente cerca de 600 terras indígenas, que abrigam 227 povos, com um total de aproximadamente 480 mil pessoas. Essas terras representam 13% do território nacional, ou 109,6 milhões de hectares.Um dia foram 5 milhões de indios que em cada momento da história foram dizimados por interesses diversos,nem sabemos quem são, chamamos apenas de indios. João Filho,Professor da Rede Pública de São Pulo

22 de abr. de 2008

CIDADE MARAVILHOSA!!!

"O Rio de janeiro era uma cidade perigosa.Espreitando a vida dos cariocas estava todo tipo de doenças...a capital da jovem republica era uma vergonha para a nação.Desmentindo o apelido de soneca o presidente Rodrigues Alves decidiu agir rapido.Iria acabar com esse vexame e ao mesmo tempo embelezar a cidade nos seus quatro anos de governo(1902-1906)José Murilo de carvalho. Qualquer semelhança com o quadro atual(2008) não é mera conscidência.O mosquito Aedes aegypti, diz a mídia, causa as mortes por dengue no Rio de Janeiro. quem acreditam nisso?, Não é o mosquito quem mata, mas a política, a política da incompetência e da demagogia dos governantes nos três niveis de poder. Partindo-se da premissa de que, para a contenção de epidemias do dengue há necessidade de políticas entre ambiente e saúde, principalmente em relação aos resíduos sólidos, a alta densidade habitacional e urbanização não planejada, que propiciam tanto a rápida circulação do vírus e as condições necessárias à reprodução. A utilização de materiais descartáveis e a coleta inadequada do lixo compõem um cenário de facilidades para a reprodução , acrescidos de outros recipientes materiais não removíveis que acumulam água no interior e exterior às residências. Acresce as condições sócio-econômicas das populações expostas podem interferir no cuidado como saneamento doméstico e portanto ser um elemento de provável descontrole. Embora os riscos de contrair a doença sejam universais a teoria seqüencial relaciona a ocorrência de casos de dengue hemorrágico à reação imunológica dos indivíduos. Em relação ao vetor, os fatores de risco destacam-se a freqüência de alimentação e disponibilidade do hospedeiro, susceptibilidade à infecção e a abundância dos tipos de criadouros. Diversos Programas tem sido efetuados no Brasil desde o início do século para a diminuição do risco de transmissão de doenças transmitidas por mosquitos, tanto vetores urbanos como rurais. Das experiências com o controle da febre amarela urbana até a reintrodução da dengue no Brasil muitas questões e dificuldades foram observadas e no decorrer da década de 80 e 90 foram apontadas por Pignatti (1996). Embora a dengue hemorrágica seja uma epidemia anunciada pelos pesquisadores e incorporada no cotidiano urbano principalmente à época das chuvas - a sua existência enquanto concretude e não mais como possibilidade nos faz refletir sobre as práticas sanitárias. A Saúde Pública perdeu força de interferência para disciplinar o ambiente urbano em relação às condições sanitárias incluindo água, e esgoto, Os programas desenvolvidos para o controle de endemias e epidemias voltaram-se para ações pontuais e específicas que atuam principalmente no controle da doença , afastando as práticas de saúde pública enquanto prevenção , as ações específicas no ambiente urbano para a interrupção de transmissão de epidemias não são realizadas conjuntamente com o setor saúde e são secundárias em relação as propostas de conservação e preservação dos ambientes (Pignatti, 2000). Os avanços do gerenciamento das cidades e dos diversos problemas ambientais urbanos tem sido efetuados pelos governos municipais que passa as responsabilidade para o governo estadual que tambem se exime de qualquer competencia no jogo de empurra que nos bem conhecemos e com raras exceções incorporam elementos eficazes a estas póliticas publicas. As práticas específicas para o controle da dengue e o combate ao mosquito, embora tenham sido objeto de diversas estratégias para o seu enfrentamento, não tem conseguido êxito na atualidade haja vista a epidemias de dengue e dengue hemorrágica em diversos municípios brasileiros. O setor saúde se prepara para o atendimento de casos graves da doença estampando-se a incapacidade de conter a transmissão em época de epidemia. Embora haja uma comoção social em época de epidemias, nos outros períodos do ano, o silêncio em relação ao problema se faz presente. "A revolta deixou entre os participantes um forte sentimento de auto- estima,indispensavel para formar um cidadão.Um repórter de A tribuna ouviu de um negro acapoeirado frases que atestam esse sentimento. Chamando sintomaticamente o jornalista de cidadão, o negro afirmou a sublevação se fizera para:não disseram que o povo é carneiro.O importante- acrescentou- era mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoso do povo" (do texto abaixo a vacina!) É hora dos governos se resposabilizarem por suas incompetências e deixarem de culpar o povo. Joao Filho, professor da rede pública de São Paulo.

16 de abr. de 2008

FOCOS DE RESISTÊNCIA

Em tempos de dengue é bom saber que existe outros focos que não só de mosquitos.No campo os trabalhadores rurais também se mexem. Os Sem Terra iniciaram as marchas para cobrar mais rapidez na reforma agrária. O movimento avança na proposta de mais famílias assentadas, mais verbas para o campo e propõe, principalmente, a alteração da atual política econômica. Essa que restringe recursos para áreas de interesse social, como é o caso da política de reforma agrária. A jornada de abril (ABRIL VERMELHO)tem como objetivo preparar o MST, para marcar a passagem dos doze anos do massacre de Eldorado dos Carajás (PA). O movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também conhecido como Movimento dos Sem Terra ou MST, é fruto de uma questão agrária que é estrutural e histórica no Brasil. Nasceu da articulação das lutas pela terra, que foram retomadas a partir do final da década de 70, especialmente na região Centro-Sul do país e, aos poucos, expandiu-se pelo Brasil inteiro. O MST teve sua gestação no período de 1979 a 1984, e foi criado formalmente no Primeiro Encontro Nacional de Trabalhadores Sem Terra, que se realizou de 21 a 24 de janeiro de 1984, em Cascavel, no estado do Paraná. Hoje o MST está organizado em 22 estados, e segue com os mesmos objetivos definidos neste Encontro de 84 e ratificados no I Congresso Nacional realizado em Curitiba, em 1985, também no Paraná: lutar pela terra, pela Reforma Agrária e pela construção de uma sociedade mais justa, sem explorados nem exploradores.O MST contabiliza um número de aproximadamente 250 mil famílias assentadas e de 70 mil famílias acampadas em todo o Brasil. Quantidades pequenas diante da realidade das mais de 4,5 milhões de famílias sem-terra existentes no país, mas significativas, dado o formato histórico da questão agrária entre nós, e a dignidade humana construída mediante tais números. O MST já registra em sua história áreas conquistadas do latifúndio que se tornaram lugares de vida e de trabalho para muitas famílias, e de produção de alimentos para mais outras tantas. A trajetória do MST foi sendo desenhada pelos desafios de cada momento histórico. À medida que os sem-terra se enraízam na organização coletiva que os produz como sujeitos, passam a viver experiências de formação humana encarnadas nesta trajetória. Mesmo que cada pessoa não tenha consciência disso, toda vez que toma parte das ações do Movimento, fazendo uma tarefa específica, pequena ou grande, ela está ajudando a construir esta trajetória e a identidade Sem Terra que lhe corresponde; e está se transformando e se reeducando como ser humano.Os Sem Terra se fortalecem como sujeitos e se firmam como identidade, à medida que suas ações conseguem pôr em questão e, ao mesmo tempo, afirmar valores, provocando as pessoas a pensar para além da ação que enxergam. Cada vez que caem cercas a sociedade é obrigada a olhar-se e a discutir o tamanho das desigualdades, o tamanho da opulência e da miséria, o tamanho da fartura e da fome... (Pedro Tierra, poeta, 1995). Em uma ocupação de latifúndio há um valor posto em questão: o da propriedade em si mesma; e há valores afirmados ou reafirmados: o da vida e do direito de lutar por ela.Em todo estes processos temos a afirmação de novos seres humanos, ou de um novo jeito de ser humano. Neste sentido voltamos à reflexão constituinte deste raciocínio todo: é exatamente prestando atenção nas pessoas, e em como a dinâmica do Movimento é capaz de produzir gente, seres humanos que se convertem em sujeitos sociais, que é possível perceber na atuação do MST certos pressentimentos de futuro, por sua vez encarnados em preciosos tesouros do passado, no sentido de que sua identidade se entranha em um movimento sócio-cultural que projeta uma concepção de relações sociais e uma forma de ser humano que não correspondem àqueles produzidos hegemonicamente pela sociedade capitalista atual.É claro que temos alternativas de poder,e não só este poder único do pensamento liberal burguês. João Filho,professor eventual da rede pública de São Paulo

12 de abr. de 2008

O ESPETÁCULO DA DESGRAÇA

A programação é ruim porque os meios de comunicação assim impõem?,ou os "cidadãos" é quem gosta da pessíma qualidade do que assiste ouve e ler?.Segundo Nestor Canclini,o jornalismo encontra na sociedade o empréstimo de legitimidade: é o público receptor que todos os dias legitima os jornais,telejornais e programas radiofónicos transformando os jornalistas destes veículos em porta-vozes de suas aspirações.Aspirações estas quem vão desde acções mais concretas como uso do jornalismo como ponte de acesso do poder público até situações mais abstratas como pertencer ao universo palaciano dos artistas televisivos.Para Canclini,há portanto uma especíe de "CONTRATO" entre receptores e produtores de noticia. Temos acompanhado a cobertura da midia no caso da menina Isabella(assassinada),o PROGRAMA SÓNIA ABRÃO,(REDE TV)é de um mau gosto inquestionavel entre paradas para chamar seu anúncios públicitarios um fato novo eventualmente acontece e "ela pede só um minuto que já voltamos"e anuncia o seu LANCE MÍNIMO, para se ganhar um carro zero(o interesse dos meios de comunicação,como qualquer outra propriedade capitalista é gerar lucro.Afirma Alexandre Barbosa em sua tese de mestrado / jornalismo USP),continua ele a equação da publicidade é simples:mais leitores/telespectadores mais anúncios mais caros.Um veículo que não alcance extratos selecionados ou amplos da população não gera lucros. O utro programa que exibe um gosto fúnebre e vai pelo mesmo caminho é o terrível BALANÇO GERAL(TV RECORD),que antes continha em sua programação casos focloricos e depois deste lamentável fato utiliza-se deste espaço publico da televisão com seu showrnalismo de péssimo gosto.A mídia estaria se comportando adequadamente na condução do assunto? Não estaria havendo uma superexposição da vida da criança(para comover passou até cenas de Isabela na escola). "O livro Showrnalismo – A notícia como espetáculo, de José Arbex Jr, analisa "como a mídia, no mundo contemporâneo, transforma tudo em espetáculo: eleições, catástrofes naturais, guerras, escândalos, histórias do cotidiano, crimes". Ignacio Ramonet que é diretor do jornal francês LE MONDE DIPLOMATIQUE, também se dedica a estudar e a criticar a produção da grande imprensa.Na obra a tirania da comunicação,ele evidenciou diversos erros de cobertura da imprensa. O erro da analise em Canclini está em homogeinizar o publico. Dizer que há contratantes e contratados é esquecer as diferentes realidades do seu telespectador/ouvinte/leitor.Assegurar que há um "CONTRATO" que firma as bases da subordinação e da exploração é apagar por completo os milhões de famintos que vivem abaixo da linha da pobreza,os milhões de desempregados,os excluídos os moradores que nem sequer há luz eletrica.Para eles não há relação de contrato.Os meios de comunicação não se destinam a eles,mais apenas aos que podem consumir mesmo que de maneira mínima.(Alexandre Barbosa) João Filho,professor eventual da rede publica de São Paulo.

4 de abr. de 2008

A ÉTICA NA SOCIEDADE MODERNA

A Ética moral, enquanto ciência que estuda as virtudes da humanidade, vem sendo especulada desde os tempos antigos até os nossos dias, pelos mais ilustres filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Rousseou, Kant, Hegel, Kierkergard e outros. A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular (moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir (Singer P. Ethics.) Atualmente é difícil discutir os problemas mundial, sem tocar na palavra ética. Muitas pessoas ficam refletindo sobre essa problemática, tentando achar a gênese, e o porquê, em tão pouco tempo se agravaram tanto as relações humanas sem ao menos se pensar nas crises sociais. As pessoas não se sentem mais satisfeitas pelos atos honestos que praticam, a sociedade gira em torno dos poderes e interesses capitalista financeiro. A referida crise de valores expressa, ao mesmo tempo que contribui para instituir, certo esgarçamento do tecido social e cria sérias dificuldades para uma conduta coerente. Como agir e se posicionar em meio a um mundo de arbítrio, exclusão, pobreza desmesurada, riqueza sem regra e limite, atentados e guerras em nome da paz, corrupção, mercado regulado pela força da moeda e Estados subservientes aos poderosos, sem ter algo claro e distinto a tomar como guia. A ética moderna,fundamentou e legitimou práticas coercitivas exercidas pelo poder, práticas que, inclusive, negavam o reconhecimento dos outros enquanto sujeitos. A ética do capitalismo foi ocupando o espaço deixado vago pelo definhamento das éticas comunitárias. Francis Bacon (1561-1626)Quando percorremos as nossas cidades desordenadas, cheias de automóveis, repletas de prédios sem beleza nem harmonia, é fácil de concluir o que os homens e as mulheres do século XXI perderam sobra apenas a existência cinzenta das gaiolas urbanas os espaços públicos ocupados por automóveis, o ruído, o medo gerado pela insegurança urbana, a alienação das televisões e dos centros comerciais e a dependência dos bancos efeito da escravização dos créditos,Uma dependência bem mais cruel e impessoal do que a dependência dos servos da gleba face aos senhores na Idade Média. A sociedade moderna apesar de conquistar avanços tecnológicos possível de eliminar todos os problemas sociais e ter criado riquezas capazes de satisfazer as necessidades de todos,acaba criando exatamente o fundamento da sua decadência,mas não é apenas no âmbito da produção e da riqueza material que se verifica esta decadência.E na degradação do conjunto da vida humana,na crescente mercantilização de todos os aspectos da realidade na transformação das pessoas em meros objetos,e mais ainda descartáveis;no individualismo exarcerbado;no apequenamento da vida cotidiana,no rebaixamento do horizonte da humanidade que leva a aceitar com resignação,a exploração do homem pelo homem sob a forma capitalista,que a isto leva sua ética João Filho,professor eventual da rede pública de São Paulo

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