21 de jun. de 2008

SELVAGEM PARTE 1

Ninguém os quer mais na comunidade. Não temos mais confiança na roupa verde do Exército.” O depoimento acima é de um operário das obras do PAC e morador do Morro da Providência, no Rio de Janeiro (RJ). Esses trabalhadores realizaram uma greve pedindo a saída do Exército da comunidade. Três jovens foram presos pelo Exército, segundo este, por desacato, na manhã de sábado. Eles foram detidos por soldados do Exército que ocupam o morro. Os homens das Forças Armadas abordaram os jovens que vinham de uma festa. Quando um deles tentou reagir, os três foram agredidos pelos militares e foram levados à presença do comandante. Cinicamente, o Exército divulgou nota afirmando que os três foram dispensados e que as tropas não teriam tido contato com eles depois, porém, a mãe de Wellington diz que depois de ser avisada sobre a prisão, encontrou o filho no Quartel de Santo Cristo, sentado ao sol. Ela foi mandada para a delegacia para onde ele deveria ter sido levado. "Após a demora, liguei para o celular dele. Depois de várias tentativas, um homem atendeu e disse que os soldados venderam o meu filho e os amigos para traficantes da Mineira. Nenhum deles tinha envolvimento com o crime. O que fizeram com eles não se faz nem com um cachorro", disse. (Agência Estado, 15/6/2008). O Morro da Providência é a mais antiga favela da cidade do Rio. Foi formada no início do século passado por soldados que retornaram do massacre que o Exército brasileiro promoveu contra a comunidade de Canudos. Esta comunidade carente, localizada bem no centro da cidade, foi escolhida pelo senador e ex-oficial do Exército Marcelo Crivella (PRB) para instalar sua obra demagógica e eleitoreira chamada de “Cimento Social” Um dos três jovens assassinados barbaramente, Wellington, iria começar a trabalhar nas obras do PAC do Morro da Providência na segunda-feira. Porém não sobreviveu até lá devido ao terror imposto pelo Exército em sua comunidade. (Um meio público de controle social presente na sociedade inclusive no Brasil, é o sistema policial Ele tem a tarefa de controlar severamente as camadas sociais rotuladas como potencialmente capazes de realizarem condutas tipificadas como crimes ou contravenções, ou seja, condutas capazes de “estragar a ordem social estabelecida". Na sociedade brasileira, os clientes deste sistema e das outras políticas de segurança,são os pertencentes da classe que sofre as conseqüências de uma péssima distribuição de renda, educação básica de baixa qualidade, desemprego crescente, entre outras situações que diminuem a chance de uma sobrevivência digna.Isoladamente, encontramos casos em que os clientes desse sistema não são os pobres, no entanto, o foco de vigilância da ação repressora se encontra sobre essa camada,Esse fato mostra que há uma escolha dos locais onde o aparato policial irá exercer sua função). Os jovens foram torturados até a morte. Seus corpos foram cortados em pedaços pelos traficantes. A polícia investiga se os militares brasileiros não venderam as três vítimas aos criminosos, prática muito comum na chamada “banda podre” da polícia carioca. (A atuação policial brasileira além de ser seletiva é extremamente violenta e preconceituosa com sua própria classe de origem. “Ela quer ser respeitada e identificada como protetora dos direitos, da lei e da justiça, garantindo a segurança de todos. No entanto, ao mesmo tempo, reforça a sua imagem social negativa quando não apenas deixa de garantir a segurança geral, como também passa a ser identificada como: violenta, corrupta e transgressora das leis). O exército está (?ocupado?) na Providência desde dezembro do ano passado, com 120 homens. A desculpa, dessa vez, é a participação no projeto do governo Federal "Cimento Social".(O PAC DO LULA E DO CRIVELLA) A intenção seria ajudar na reforma das fachadas das casas da comunidade. No caso brasileiro, é notório como também a gestão do ex- presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tratou o problema social com soluções penais.A questão social passou a ser um caso de polícia. “ Esta prática representa uma proposital e providencial – para as classes dirigentes e dominantes brasileiras- despolitização da questão social, tratando os conflitos de natureza socioeconômica e política como se fossem praticas criminosas comuns.” Nosso país possui uma realidade de falta de resolução dos problemas sociais importantes e sem quebrar com uma tradição oligárquica e elitista que é a causa primeira das disparidades sociais, consequentemente da injustiça social. ( A polícia possui uma espécie de autorização para através de todos os meios necessários e não necessários, legais e ilegais proteger os interesses das elites. A violência policial caracteriza as políticas sociais aplicadas no Brasil, ou seja, incompletas ou inexistente). Essa violência de quem detém o uso "legítimo" da força é decorrente de problemas históricos como a tradição gerada pela escravidão e fortalecida pela ditadura militar. A política social que deveria existir no Brasil seria aquela em que o aparato policial, o uso "legítimo" da força ocorresse de forma legal e respeitosa para como todos da sociedade e não apenas para aqueles que possuíssem “status”, com o real objetivo de transmitir segurança e garantia dos DIREITOS À TODOS. FONTES:
Agência Estado, 15/6/2008). André Freire,Jornal do PSTU Departamento de Direito CONTROLE SOCIAL, VIOLÊNCIA URBANA E DIREITOS HUMANOS: Ana Helena Cardoso e João Ricardo Dornelles. ------------------------------------------------------------------------------------ João Filho,professor eventual da rede pública de São Paulo.

Um comentário:

zé ninguém do povo disse...

è claro que não querem o exército na favela pois assim fica mais fácil paa os traficantes.. só a presença do exercito reprimi a venda de drogas..

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