A educação está profundamente implicada na política cultural. O currículo nunca é simplesmente uma montagem neutra de conhecimentos, que de alguma forma aparece nos livros e nas salas de aula de um país.Sempre parte de uma tradição seletiva, da seleção feita por alguém, da visão que algum tem do que seja o conhecimento legítimo. Ele é produzido pelos conflitos,tensões e compromissos culturais, politícos e econômicos que organizam e desorganizam um povo.(Michael W. Aplle).
O sistema apostilado introduzido nas escolas paulistas(jornalzinho) mostra claramente o que disse Apple. No estado de São Paulo o governador José Serra com sua política neoliberal tem claras intenções de homogeneizar os alunos,tirando sua capacidade crítica direcionando quem estuda nas escolas estaduais para o lugar que a burguesia escolheu para eles, (nos) o de ser mero reprodutor do sistema capitalista.
De início, o governo está, neste ano letivo, procurando introduzir um limitado e retrogrado sistema de trabalho com apostilas unificadas para toda a rede estadual de ensino. Um método comum a um grande número de escolas particulares de péssima qualidade, dirigidos pelos tubarões do ensino que, de fato, controlam a educação no País, lucrando bilhões com a falência do ensino público. A metodologia adotada consiste em transformar os professores em meros aplicadores de apostilas, sem qualquer discussão pedagógica e política das graves conseqüências dessa metodologia que visa continuar diplomando alunos incapazes de ler e interpretar um texto.
Por trás das justificativas educacionais para adoção de curriculo e de uma avaliação nacional, há um verdadeiro ataque ideologico,extremamete perigoso. Seus efeitos serão devastadores para aqueles que já são os que mais tem a perder nesta sociedade.(Michael W.Aplle).
Usando como pretexto a necessidade de “premiar o mérito”, o governo tucano defende um retrocesso ainda maior nas condições salariais da maioria dos educadores, pondo fim à isonomia salarial (salário igual para trabalho igual).
O governo Serra quer reintroduzir na educação uma política comum aos séculos iniciais do capitalismo, portanto, há mais de 200 anos, quando a frágil organização operária, permitia salários diferentes (inclusive, sem nenhum mínimo estabelecido), jornadas de trabalho diferentes de até 16h por dia, enfim, uma situação semelhante a que milhares de professores já estão sendo submetidos (no regime de acúmulo) para poderem complementar seus miseráveis vencimentos, trabalhando até 16h por dia em diversas escolas. pretendem, por detrás de “belas palavras”, reintroduzir um nível de exploração comum ao regime de escravidão, tão claro à velha oligarquia brasileira, escravocrata, que sequer via na educação uma necessidade social, mas apenas um privilégio de uma estreita minoria.
A direita politíca tem sido muito bem sucedida em mobilizar apoios contra o sistema educacional, e os que nele trabalham, com frequência exportando a crise da econômia para as escolas. Desta maneira, uma de suas maiores realizações foi deslocar a culpa pelo desemprego e pelo subemprego, pela perda da competitividade econômica e pelo suposto colapso dos valores e padrões "tradicionais" na familía,na educação... o "publico" agora é o centro de todo o mal; e o "privado" é o centro de tudo que é bom.(Michael W Apple).
O governo tucano pretende que as escolas estaduais de São Paulo se tornem as primeiras no país a terem metas acadêmicas a cumprir e a serem “premiadas” com mais dinheiro caso consigam atingi-las. Assim, o governo que já transformou a conquista da casa própria, por exemplo, em uma loteria (sorteando planos de financiamento de casas populares) quer fazer da sua obrigação – inclusive constitucional – de prover os recursos necessários para o devido funcionamento das unidades escolares uma questão de premiação, que seria dada apenas às poucas escolas que atingissem certas metas. Um pretexto para tornar ainda maior a penúria da imensa maioria das escolas públicas que sequer têm recursos suficientes para comprar itens básicos como giz, papel higiênico, lâmpadas etc.Depois de sucatear com certeza privatizar sob a alegação de que "não tem jeito".
Devemos lutar por uma escola pública de qualidade,para que todos tenham oportunidades iguais,esta luta é de todos.
Agradeço a professora LILIAN e ao professor MICHEL por ter me Incentivado a tão boas leituras.
João Filho,professor eventual da rede publica de São Paulo.

Certamente defendendo interesses do capital financeiro ou por falta de informação sobre os indios usam o espaço da televisão rádio e revistas para falarem sem o devido conhecimento de causa.José Ribamar Bessa freire professor da pos-graduação em memória social da universidade Federal do Rio de Janeiro(UNIRIO) do Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) afirma: Trabalho há 35 anos com índios, tento olhar com o olho do índio. Se os jornalistas lessem a literatura indígena, vissem a arte, ouvissem a música, fariam diferente. Darcy Ribeiro dizia que nem 1% da população brasileira conhece índios em carne e osso. Talvez essa nova lei que obriga as escolas a ensinarem a história e a cultura dos índios mude um pouco isso.Ao contrário do que vem sendo dito por militares e reproduzido pela imprensa, os índios defendem, e não ameaçam, a soberania nacional.
Não são os índios que botam a soberania em risco, são os fazendeiros. Disse Joaquim Nabuco, no século XVIII, que “os peitos dos índios foram as muralhas do sertão”.A presença deles lá garante a biodiversidade, porque as lavouras não entram. À medida que os arrozeiros foram invadindo a área, os pássaros João-de-Barba-Grisalha, por exemplo, foram acuados. Imagine quanta diversidade de vida está se perdendo.O Exército usa a soberania nacional e assim defende o interesse dos arrozeiros, por uma ideologia trabalhada no Exército que desvaloriza o índio. Eles jogam o Brasil contra os índios, como se faz há mais de 500 anos. Mas não são todos os militares que estão com esse discurso. Existem os herdeiros do Marechal Rondon que sabem que os índios são importantes para a soberania brasileira.Em 17 de abril, representantes indígenas dos povos Karajá, Krahô, Tapuia, Apinajé, Xavante e demais participantes da Semana do Índio promovida pela Universidade Católica de Goiás, em parceria com a Funai e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgaram carta-manifesto em que apóiam a retirada imediata dos ocupantes-não-índios da Raposa-Serra do Sol, "incluindo os estrangeiros, religiosos ou não, representantes de ONGs ou não , que usam como escudo o discurso de defesa das terras indígenas, porém com objetivos escusos". No enfático texto, as lideranças também expõem sua preocupação com o avanço da fronteira agrícola para produção de bio-combustíveis e outros produtos que levam a devastação e poluição do entorno dos Territórios Indígenas e com as grandes obras governamentais previstas no Plano de Aceleração do Crescimento, como hidrelétricas, estradas e linhas de transmissão.
O conselho Indígena de Roraima acusa o Governo de Roraima de enganar o STF para beneficiar arrozeiros a partir de uma ação cautelar que confundiu os ministros ao afirmar que a Raposa Serra do Sol, em área contínua, representaria 46% do estado de Roraima. Sendo que Roraima tem 22,4 milhões de hectares, a área de 1,7 milhão da reserva equivale a 7,5% do estado Na verdade.
O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro defende o direito dos índios à terra. Em entrevista ao Estado de São Paulo em 20 de abril, o professor do Museu Nacional da UFRJ afirmou não considerar a área grande demais. "As terras de índios são 43% ao todo, porém, até 30, 40 anos atrás, eram 100%. E o que acontece hoje com os 57% que não são terras de índios? São ocupados por uma população muito pequena, algo em torno de 1 milhão de pessoas. O que é isso? É latifúndio. Sabe quantos são os arrozeiros que exploram terras da reserva? Seis. Não há dúvida de que o que se quer são poucos brancos, com muita terra".O Brasil tem atualmente cerca de 600 terras indígenas, que abrigam 227 povos, com um total de aproximadamente 480 mil pessoas. Essas terras representam 13% do território nacional, ou 109,6 milhões de hectares.Um dia foram 5 milhões de indios que em cada momento da história foram dizimados por interesses diversos,nem sabemos quem são, chamamos apenas de indios.
João Filho,Professor da Rede Pública de São Pulo



Atualmente é difícil discutir os problemas mundial, sem tocar na palavra ética. Muitas pessoas ficam refletindo sobre essa problemática, tentando achar a gênese, e o porquê, em tão pouco tempo se agravaram tanto as relações humanas sem ao menos se pensar nas crises sociais. As pessoas não se sentem mais satisfeitas pelos atos honestos que praticam, a sociedade gira em torno dos poderes e interesses capitalista financeiro. A referida crise de valores expressa, ao mesmo tempo que contribui para instituir, certo esgarçamento do tecido social e cria sérias dificuldades para uma conduta coerente. Como agir e se posicionar em meio a um mundo de arbítrio, exclusão, pobreza desmesurada, riqueza sem regra e limite, atentados e guerras em nome da paz, corrupção, mercado regulado pela força da moeda e Estados subservientes aos poderosos, sem ter algo claro e distinto a tomar como guia. A ética moderna,fundamentou e legitimou práticas coercitivas exercidas pelo poder, práticas que, inclusive, negavam o reconhecimento dos outros enquanto sujeitos. A ética do capitalismo foi ocupando o espaço deixado vago pelo definhamento das éticas comunitárias. Francis Bacon (1561-1626)Quando percorremos as nossas cidades desordenadas, cheias de automóveis, repletas de prédios sem beleza nem harmonia, é fácil de concluir o que os homens e as mulheres do século XXI perderam sobra apenas a existência cinzenta das gaiolas urbanas os espaços públicos ocupados por automóveis, o ruído, o medo gerado pela insegurança urbana, a alienação das televisões e dos centros comerciais e a dependência dos bancos efeito da escravização dos créditos,Uma dependência bem mais cruel e impessoal do que a dependência dos servos da gleba face aos senhores na Idade Média.
A sociedade moderna apesar de conquistar avanços tecnológicos possível de eliminar todos os problemas sociais e ter criado riquezas capazes de satisfazer as necessidades de todos,acaba criando exatamente o fundamento da sua decadência,mas não é apenas no âmbito da produção e da riqueza material que se verifica esta decadência.E na degradação do conjunto da vida humana,na crescente mercantilização de todos os aspectos da realidade na transformação das pessoas em meros objetos,e mais ainda descartáveis;no individualismo exarcerbado;no apequenamento da vida cotidiana,no rebaixamento do horizonte da humanidade que leva a aceitar com resignação,a exploração do homem pelo homem sob a forma capitalista,que a isto leva sua ética
João Filho,professor eventual da rede pública de São Paulo